quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

EVANGELHO DE JOÃO, CAPÍTULO 9.

EVANGELHO DE JOÃO, CAPÍTULO 9.

 

A CURA DE UM CEGO DE NASCENÇA, O SEXTO SINAL.

Em João 8.12 e em 9.5 Jesus se declarou como a luz do mundo. Agora João dá um exemplo específico em que Jesus foi visto como a luz. Não deixa muito claro sobre quando este incidente aconteceu, mas foi em algum momento entre a festa do tabernáculo e a festa da dedicação.

Quem pecou? Entre os judeus, havia uma crença de que a doença era consequência do pecado, e alguns rabinos ensinavam que era possível pecar antes do nascimento. Acreditavam também que os filhos eram afetados pelas iniquidades dos pais. Jesus prefere levar a atenção para a Glória de Deus.

Enquanto é dia. Jesus quis dizer enquanto ele estava na Terra com os discípulos, noite parece se referir ao tempo de ausência de Cristo da crucificação até ressurreição.

Eu sou a luz do mundo. Parece que Jesus se refere a sua vida na Terra.

Muitas pessoas se perguntam por que a saliva com Terra? Jesus não fazia as coisas da mesma forma todas as vezes. Ele não estava demonstrando um método a ser seguido, uma receita. Ele queria apenas mostrar a Glória de Deus.

Siloé em hebraico, quer dizer, enviado João parece traduzir o termo para facilitar a compreensão dos gentios. O tanque de Siloé, a sudeste da cidade de Davi, era abastecido pelos canais do túnel de Ezequias que traziam a água da nascente do Gion; era desse tanque que era retirada da água para libação na festa dos tabernáculos, Era ali também, que os peregrinos se banhavam para as festas e provavelmente havia uma grande quantidade de is fariseus e sacerdotes. Observando ao redor.

Não fica claro quem levou o homem aos fariseus e os vizinhos que o questionavam ou alguém que fosse hostil a Jesus? Jesus novamente curava no sábado e, só de ter feito lama no sábado, já havia desrespeitado a regra dos fariseus. Mais uma vez, estes se preocupavam com o dia e com o método, buscando criticar Jesus e  havia divisão entre eles: eram mais legalistas e outros estavam impressionados com os sinais que não podiam imaginar que viessem de um pecador. O homem cego viu que Jesus era mais do que um mero homem. Já os fariseus estavam espiritualmente cegos a verdade.



Os judeus duvidaram, então, da veracidade do milagre, não acreditavam que o homem era cego, E, para confirmar, chamam os pais do rapaz. Que se eximem da responsabilidade por terem medo de serem expulsos da sinagoga. Naquele tempo, a sinagoga era um local de encontro religioso, mas também era um local de ensino, um local de se encontrar com as pessoas e até um local de negócios. Ser expulso da sinagoga era como ser expulso daquela comunidade. 

Havia, naquele tempo uma forte tendência, quase uma unanimidade entre as autoridades religiosas, para concluir que Jesus era um pecador. Em decorrência dessa ideia para determinada, eles se recusavam a aceitar qualquer depoimento de um milagre que Jesus realmente tivesse feito. O homem responde simplesmente uma coisa, eu sei, eu era cego e agora vejo. O homem curado enfatiza a sua cura e, com inteligência e lógica, argumenta com seus inquisidores, chegando a provocá-los com certo sarcasmo.

Versos 35 a 41. Na primeira parte do capítulo é tratado a restauração da visão física do homem. Os versos 35 ou 41 tratam de Jesus, trazendo a visão espiritual para ele, mais uma vez, a ênfase no crer, tão presente no evangelho de João.

Aquele que vê simboliza a luz e o cego representa a escuridão. O cego, que estava em trevas foi curado e recebeu a luz da visão, além do perdão dos pecados. Os fariseus tinham visão, mas não conseguiam ver quem era Jesus. A culpa de vocês permanece? Se eles reconhecessem o fato de que estavam perdidos e em escuridão e clamassem por luz espiritual, não seriam mais culpados do pecado, da incredulidade em Cristo. Confiante de que sua escuridão era a luz e continuando a rejeitar a Cristo, a culpa deles permanecia.

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

EVANGELHO DE JOÃO, CAPÍTULO 8.

EVANGELHO DE JOÃO, CAPÍTULO 8.

 

VERSUS 7.53 A 8.11.

            Muitos estudiosos concordam que essa sessão. Não pertence ao evangelho de João neste lugar. Provavelmente não fazia parte do conteúdo original de João. Ela Foi incorporada em vários manuscritos em diferentes lugares do evangelho e em um manuscrito é colocada após Lucas 2138. Ainda assim, ela é atestada desde tempos antigos e não há razão para supor que não represente tradição genuína, de forma que é bom considerar o significado dessa passagem e deixá-la no texto.

Os fariseus procuraram por Jesus em um momento que ele estivesse cercado por uma multidão de pessoas. A intenção deles era montar uma armadilha para que ele caindo nela, chegasse a se desentender com as autoridades. Trouxeram a mulher adúltera cobrando uma posição de Jesus em relação à lei de Moisés. Casos dessa natureza deveriam ser julgados por tribunais. Se ele dissesse “apedrejem”, estaria indo contra Roma, já que só o Império poderia decretar a pena de morte e se dissesse, “deixe pra lá, perdoem”, estaria indo contra a lei de Moisés.

Alguns especulam que Jesus escrevendo no chão. Se seria os pecados das pessoas ao redor, mas não há necessidade de discutir sobre o que ele estaria escrevendo.  As palavras finais de Jesus, a mulher mostra sua compaixão, uma forte recomendação para que ela abandonasse o pecado.

Os escribas e fariseus não olhavam a mulher como uma pessoa, mas como um instrumento através do qual poderiam fazer a acusação a Jesus. Ela não tinha nome, não tinha coração, histórias, sentimentos. Era apenas uma peça no jogo para eles. A passagem nos ensina muito sobre a forma de Jesus lidar com o pecador, que devemos imitar. Vamos ver alguns princípios sustentados por Jesus.

1.     Só o homem livre de falta. Tem direito de manifestar juízo sobre a falta alheia? Muitas vezes nós exigimos de outros atitudes que nem nós mesmos conseguimos demonstrar. Como um pai que castiga o filho por algo que ele não consegue praticar.

2.     O princípio básico, o sentimento fundamental para com alguém que cometeu um erro deve ser a misericórdia, que implica em ter Piedade e dar uma segunda oportunidade, ressaltando a importância de que, nessa segunda oportunidade, a pessoa faça a escolha certa.



A MISSÃO DE JESUS.

 

Como vimos a história da mulher adúltera parece ter sido enxertada aqui. Os versículos de 8 12 em diante parecem ser uma continuação lógica do capítulo 7. No verso 12 novamente, ou voltou a falar, indica que Jesus, mais uma vez se dirigiu às pessoas na mesma festa dos tabernáculos. No capítulo 7, Jesus usou o ritual do derramamento de água como uma metáfora para retratar uma verdade espiritual a respeito dele mesmo. A metáfora da luz também é mais bem compreendida pelo conhecimento de outro restrito ao da festa de Sucot.

Durante a festa de tabernáculos, 4 grandes candelabros eram acesos no pátio das mulheres e uma celebração noturna exuberante acontecia sob a luz, com cânticos, músicas e louvores. Nessa hora, Jesus se revela com o segundo, eu sou. A metáfora remete ao antigo testamento, em Êxodo 13.21 a 22 ,14.19 a 25, Salmo 27.1, Salmo 109.105 e Provérbios 3.23. O antigo testamento indica um tempo em que o senhor seria a luz do mundo. Isaías 60.19 a 22. No pensamento Judeu luz era associada à Deus.


O que significa seguir Jesus? 

O termo em grego é Akolouthein, de Akoloutheu, que significa seguir alguém que precede, juntar-se a ele como seu assistente, tornar-se seu discípulo. É usado, por exemplo, para um soldado que segue seu líder, um escravo que acompanha seu amo, para a aceitação de uma opinião, lei ou conselho.

Ser seguidor de Jesus significa entregar seu corpo, sua alma e seu espírito à obediência do mestre.

Os fariseus de forma zombeteira, trouxeram à tona as próprias palavras de Jesus em João 5.31, e Jesus reforça que o pai é testemunho dele e que ele sabe de onde vem e para onde vai. A resposta dos fariseus ao perguntarem onde está teu pai.  Mostra que eles tinham apenas uma perspectiva terrena dos fatos.

O verso 20 traz o local onde os fatos ocorreram, confirmando o pátio das mulheres, pois era lá que ficavam os gazofilácios. O mais importante é que aqui, mais uma vez, João reforça a ideia de que não era chegada a hora, salientando que a tentativas humanas eram frustradas por não estarem em conformidade com os planos de Deus.

No verso 23, Cristo define com clareza as diferenças entre as 2 dimensões da vida, uma terrena mundana e outra de cima divina. A expressão “se não credes que Eu sou” reforça tanto a divindade de Jesus como a importância do crer, temas essenciais do evangelho de João. Intrigados, os fariseus fazem uma pergunta direto, quem és tu? Jesus responde que ele era quem, desde o princípio, dizia ser. Na NVI Jesus diz “exatamente o que eu tenho dito o tempo todo.”

Quando tiverem levantado o filho do homem, parece ser uma referência à Cruz, mas como isso se relaciona no contexto levantado pode significar glorificado a Cruz em João, é vista como parte do processo de glorificação. 

O primeiro passo é crer em Jesus.

O segundo passo no progresso espiritual do verdadeiro discípulo é permanecer firme na palavra. A associação feita entre verdade e Liberdade também é relevante. A verdade nunca conduz a escravidão. A submissão ao complexo sistema de lazer, regras que existia no judaísmo do primeiro século, conduzia a escravidão. Mas os fariseus não percebiam isso. Quem comete pecado é escravo do pecado. Os fariseus não se viam como escravos, mesmo que o povo judeu tenha sido dominado por tantos impérios, é provável que se referissem a um senso de Liberdade interior. A comparação entre escravo e filho enfatiza a diferença entre Liberdade e escravidão, a verdadeira Liberdade só é alcançada através de Jesus, o filho de Deus.

A seguir, Jesus traz a questão da paternidade, inferindo que eles, os fariseus, não eram filhos de Deus. Eles trazem o argumento de serem filhos de Abraão, que é muito importante no judaísmo Salmo 105 6. No decorrer da conversa, Jesus deixa claro que a verdadeira paternidade não é biológica, é agir como Abraão agiu. É provável que tenham citado o argumento, não somos bastardos ou não. Somos filhos da prostituição como uma referência às circunstâncias do nascimento de Jesus.

O pensamento nos versos 43 e 44 é o seguinte, o diabo é assassino. Vocês procuram me matar, portanto, são filhos dele. A principal característica dos filhos do diabo apresentado é seu ódio pela verdade. Ver João 3 19-21.

Versus 56- Havia uma tradição judaica que defendia que Abraão teria tido uma visão dos segredos da era vindoura. Pode também ser uma referência à Alegria de Abraão com o nascimento de Isaque, através de quem viria a bênção para todas as nações. Ao dizer que existia antes de Abraão, Jesus estava se referindo aos seus atributos eternos.

VERSUS 7.53 A 8.11.

            Muitos estudiosos concordam que essa sessão. Não pertence ao evangelho de João neste lugar. Provavelmente não fazia parte do conteúdo original de João. Ela Foi incorporada em vários manuscritos em diferentes lugares do evangelho e em um manuscrito é colocada após Lucas 2138. Ainda assim, ela é atestada desde tempos antigos e não há razão para supor que não represente tradição genuína, de forma que é bom considerar o significado dessa passagem e deixá-la no texto.

Os fariseus procuraram por Jesus em um momento que ele estivesse cercado por uma multidão de pessoas. A intenção deles era montar uma armadilha para que ele caindo nela, chegasse a se desentender com as autoridades. Trouxeram a mulher adúltera cobrando uma posição de Jesus em relação à lei de Moisés. Casos dessa natureza deveriam ser julgados por tribunais. Se ele dissesse “apedrejem”, estaria indo contra Roma, já que só o Império poderia decretar a pena de morte e se dissesse, “deixe pra lá, perdoem”, estaria indo contra a lei de Moisés.

Alguns especulam que Jesus escrevendo no chão. Se seria os pecados das pessoas ao redor, mas não há necessidade de discutir sobre o que ele estaria escrevendo.  As palavras finais de Jesus, a mulher mostra sua compaixão, uma forte recomendação para que ela abandonasse o pecado.

Os escribas e fariseus não olhavam a mulher como uma pessoa, mas como um instrumento através do qual poderiam fazer a acusação a Jesus. Ela não tinha nome, não tinha coração, histórias, sentimentos. Era apenas uma peça no jogo para eles. A passagem nos ensina muito sobre a forma de Jesus lidar com o pecador, que devemos imitar. Vamos ver alguns princípios sustentados por Jesus.

1.     Só o homem livre de falta. Tem direito de manifestar juízo sobre a falta alheia? Muitas vezes nós exigimos de outros atitudes que nem nós mesmos conseguimos demonstrar. Como um pai que castiga o filho por algo que ele não consegue praticar.

2.     O princípio básico, o sentimento fundamental para com alguém que cometeu um erro deve ser a misericórdia, que implica em ter Piedade e dar uma segunda oportunidade, ressaltando a importância de que, nessa segunda oportunidade, a pessoa faça a escolha certa.

A MISSÃO DE JESUS.

 

Como vimos a história da mulher adúltera parece ter sido enxertada aqui. Os versículos de 8 12 em diante parecem ser uma continuação lógica do capítulo 7. No verso 12 novamente, ou voltou a falar, indica que Jesus, mais uma vez se dirigiu às pessoas na mesma festa dos tabernáculos. No capítulo 7, Jesus usou o ritual do derramamento de água como uma metáfora para retratar uma verdade espiritual a respeito dele mesmo. A metáfora da luz também é mais bem compreendida pelo conhecimento de outro restrito ao da festa de Sucot.

Durante a festa de tabernáculos, 4 grandes candelabros eram acesos no pátio das mulheres e uma celebração noturna exuberante acontecia sob a luz, com cânticos, músicas e louvores. Nessa hora, Jesus se revela com o segundo, eu sou. A metáfora remete ao antigo testamento, em Êxodo 13.21 a 22 ,14.19 a 25, Salmo 27.1, Salmo 109.105 e Provérbios 3.23. O antigo testamento indica um tempo em que o senhor seria a luz do mundo. Isaías 60.19 a 22. No pensamento Judeu luz era associada à Deus.

O que significa seguir Jesus? 

O termo em grego é Akolouthein, de Akoloutheu, que significa seguir alguém que precede, juntar-se a ele como seu assistente, tornar-se seu discípulo. É usado, por exemplo, para um soldado que segue seu líder, um escravo que acompanha seu amo, para a aceitação de uma opinião, lei ou conselho.

Ser seguidor de Jesus significa entregar seu corpo, sua alma e seu espírito à obediência do mestre.

Os fariseus de forma zombeteira, trouxeram à tona as próprias palavras de Jesus em João 5.31, e Jesus reforça que o pai é testemunho dele e que ele sabe de onde vem e para onde vai. A resposta dos fariseus ao perguntarem onde está teu pai.  Mostra que eles tinham apenas uma perspectiva terrena dos fatos.

O verso 20 traz o local onde os fatos ocorreram, confirmando o pátio das mulheres, pois era lá que ficavam os gazofilácios. O mais importante é que aqui, mais uma vez, João reforça a ideia de que não era chegada a hora, salientando que a tentativas humanas eram frustradas por não estarem em conformidade com os planos de Deus.

No verso 23, Cristo define com clareza as diferenças entre as 2 dimensões da vida, uma terrena mundana e outra de cima divina. A expressão “se não credes que Eu sou” reforça tanto a divindade de Jesus como a importância do crer, temas essenciais do evangelho de João. Intrigados, os fariseus fazem uma pergunta direto, quem és tu? Jesus responde que ele era quem, desde o princípio, dizia ser. Na NVI Jesus diz “exatamente o que eu tenho dito o tempo todo.”

Quando tiverem levantado o filho do homem, parece ser uma referência à Cruz, mas como isso se relaciona no contexto levantado pode significar glorificado a Cruz em João, é vista como parte do processo de glorificação. 

O primeiro passo é crer em Jesus.

O segundo passo no progresso espiritual do verdadeiro discípulo é permanecer firme na palavra. A associação feita entre verdade e Liberdade também é relevante. A verdade nunca conduz a escravidão. A submissão ao complexo sistema de lazer, regras que existia no judaísmo do primeiro século, conduzia a escravidão. Mas os fariseus não percebiam isso. Quem comete pecado é escravo do pecado. Os fariseus não se viam como escravos, mesmo que o povo judeu tenha sido dominado por tantos impérios, é provável que se referissem a um senso de Liberdade interior. A comparação entre escravo e filho enfatiza a diferença entre Liberdade e escravidão, a verdadeira Liberdade só é alcançada através de Jesus, o filho de Deus.

A seguir, Jesus traz a questão da paternidade, inferindo que eles, os fariseus, não eram filhos de Deus. Eles trazem o argumento de serem filhos de Abraão, que é muito importante no judaísmo Salmo 105 6. No decorrer da conversa, Jesus deixa claro que a verdadeira paternidade não é biológica, é agir como Abraão agiu. É provável que tenham citado o argumento, não somos bastardos ou não. Somos filhos da prostituição como uma referência às circunstâncias do nascimento de Jesus.

O pensamento nos versos 43 e 44 é o seguinte, o diabo é assassino. Vocês procuram me matar, portanto, são filhos dele. A principal característica dos filhos do diabo apresentado é seu ódio pela verdade. Ver João 3 19-21.

Versus 56- Havia uma tradição judaica que defendia que Abraão teria tido uma visão dos segredos da era vindoura. Pode também ser uma referência à Alegria de Abraão com o nascimento de Isaque, através de quem viria a bênção para todas as nações. Ao dizer que existia antes de Abraão, Jesus estava se referindo aos seus atributos eternos.

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

EVANGELHO DE JOÃO, CAPÍTULO 7.

EVANGELHO DE JOÃO, CAPÍTULO 7.

FESTA DOS TABERNÁCULOS.

A festa dos tabernáculos geralmente acontece em final de setembro ou início de outubro e é uma das principais festas do calendário judaico. Está associada a 2 temas abordados nos capítulos 7 e 8, água e luz. Era uma festa obrigatória para todos, deu que morasse até 30 km de Jerusalém, sendo, portanto, uma ótima oportunidade para entrar em contato com o maior número de pessoas possível. É associada a colheita do fruto das Oliveiras e das Vinhas. (Êxodo 2. 3 a 16, Levítico 23.33 a 36, Deuteronômio 16. 13 a 15.) Os grãos eram colhidos entre abril e junho.

Essa festa durava 7 dias e o último era o mais importante. As pessoas devem morar em cabanas durante 7 dias. Lembrando do tempo que seus antepassados moraram em tendas no deserto, A Cabana para os israelitas, não é sinal de pobreza e miséria, mas de proteção e abrigo. As cabanas são cobertas com galhos secos e ramos de árvores. A consagração do Templo de Salomão se deu numa festa dos tabernáculos.

Nos últimos séculos, antes de Jesus, o ritual dessa festa foi sendo incrementado e incluía uma libação da água extraída do tanque de Siloé. E o acender de enormes menorá, lembrando a água e a coluna de luz fogo que mantinha vivo e guiava o povo no deserto. Uso da água simbolizava bênção das chuvas adequadas para a colheita e eles pediam por chuvas nessa festa. Um recipiente de ouro era cheio de água no tanque de Siloé e levado em procissão pelo sumo sacerdote. De volta ao tempo, quando o processão chegava à porta das águas, no lado sul do templo. As trombetas eram tocadas 3 vezes em sinal de Alegria e a multidão recitava Isaías 12.3, “Com Alegria, vocês tirarão água das Fontes da salvação.’




Jesus usou este evento como um exemplo prático e uma oportunidade para fazer um convite público no último dia da festa para que o povo o aceitasse como a água viva. Ver Isaías 55.1

Vamos observar a expressão depois disso no verso 7. Provavelmente houve uma lacuna de 7 meses entre os capítulos 6 e 7. O 6 ocorreu perto da Páscoa, mais ou menos em abril, e o set se passa nos o corte ou festa das cabanas, que acontece geralmente em outubro. A Páscoa do capítulo 6 é a segunda das 3 relatadas no evangelho de João. A primeira é relatada em João 2. 13, e João 2.13 e 2.23: a terceira nós veremos nos capítulos 11,12, 13,18 e 19.

Versos 3 a 5- Mateus 1355 lista os irmãos de Jesus como Thiago, José Simão e Judas, seus irmãos não compreenderam seu modo de agir e por que ele não aproveitava sua popularidade. Apesar de todos os Milagres que viam, como todos, ainda tinham dúvidas pois Jesus não se enquadrava no “conceito” de messias esperado. Sabemos que os irmãos de Jesus somente se tornaram seus seguidores após a ressurreição (Atos 1:14, 1 Cor 15:7). Tiago e Judas escreveram as cartas no NT que levam seus nomes.

Versos 6 a 9 - A resposta de Jesus lembra aquela dada à Maria no segundo capítulo, contudo a palavra empregada aqui é diferente; a empregada no capítulo 2 é “hora”, que significa uma hora determinada, e aqui a palavra é Kairós, que tem o sentido de um momento oportuno, um momento em que as circunstâncias estão mais propícias.

Verso 12- Opiniões. Muitos dos que estiveram com Jesus na multiplicação estavam na festa de tabernáculos, não poucos frustrados e aborrecidos por não terem conseguido fazê-lo rei. 

Verso 15- A expressão “os judeus” no evangelho de João é usada para se referir aos líderes religiosos. Jesus, João e os demais discípulos eram judeus. Esses judeus estavam admirados pois Jesus, não tendo recebido educação formal com um rabino, tinha muito conhecimento, que era sobrenatural.

Verso 16. Seu conhecimento originava se de Deus pai e não dos homens.

No verso 18, Jesus mostra que enquanto os outros “messias” e “salvadores:” agiam por interesse próprio e valores egoístas, ele, como Cristo, o filho de Deus veio para glorificar o Pai e cumprir a vontade do Pai.

Nos versos 19 e 20, Jesus confronta autoridades e fala de sua intenção de matá-lo. Na tentativa de se defenderem, o acusam de estar possuído por demônio. Eles não tinham reconhecido sua própria intenção assassina em relação a Jesus.

No verso 23, Jesus traz à tona uma das infrações da qual era acusado. Violar o sábado na cura do paralítico na festa que estudamos no capítulo 5. Vemos aqui um argumento muito bem elaborado por Jesus, se era legal fazer uma operação que mutila o corpo no dia do sábado, a circuncisão não pode ser ilegal. Fazer uma operação que cura o corpo. Embora Jesus, críticas e os julgamentos. Legalistas pede aos fariseus que julguem com justiça.

Versus 25 a 29 - Nesta sessão, João mais uma vez ressalta a fala de Jesus, revelando a sua identidade. O ponto de Jesus é que, contrariamente ao que eles pensavam, eles não tinham uma verdadeira compreensão de quem Jesus é; seu conhecimento sobre Jesus era superficial. No verso 34, a expressão não me achareis provavelmente seja uma referência a um futuro mais distante. Na sua segunda vinda, quando muitos lamentarão, tê-lo rejeitado e em vão buscarão serem salvos, pois será tarde demais. (Mateus 7.7 Isaías, 55.6.)

Nos versos 37 a 39, vemos que a oportunidade o kairós chegou e Jesus se apresenta como a água-viva, conhecendo o significado da festa de tabernáculos. Essa passagem ganha cores mais vivas. O rito de derramamento da água também estava relacionado a um prenúncio escatológico dos rios de água viva em Ezequiel, 47.1- 9 e Zacharias, 13.1

O significado do convite de Jesus está centrado no fato de que ele foi o cumprimento antecipado de toda a festa de capital vernáculos. 

As palavras ‘de seu interior’ significam de dentro da sua barriga e provoca uma pergunta, se estão se referindo. A Cristo ou aos crentes? Cristo nos dá o espírito e aqueles que vivem em comunhão diária com o Salvador se transformam numa fonte de influência espiritual para os outros, emanam um poder mediante a fé que flui como um rio e leva a vida aos semelhantes, ao levar o Evangelho. No pensamento hebraico, o coração era a sede do pensamento e do intelecto, e os rins e o ventre eram a sede das emoções e sentimentos mais íntimos.

A consequência imediata dessas declarações de Jesus foi uma discussão mais aprofundada sobre sua identidade. Seria um profeta?  Seria o Cristo?  Note que os judeus pareciam ignorar o verdadeiro no local de nascimento de Jesus. O protesto de Nicodemos, embora tímido, mostra seu posicionamento favorável a Jesus.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Evangelho de João - Capítulo 6

EVANGELHO DE JOÃO, CAPÍTULO 6.

A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES E PEIXES.

A multiplicação dos pães é o único milagre relatado nos 4 evangelhos, e em João é escolhido como um dos sinais, pois demonstra o poder de criação de Cristo mais que qualquer outro, e apoia o propósito de João em apresentar Jesus como Messias, filho de Deus, e mostrar sua divindade.

É interessante observar que os 2 sinais ou milagres de criação de Jesus (água em vinho e multiplicação dos pães) tem a ver com os principais elementos da ceia do senhor.

TIBERÍADES. O mar da Galileia também é chamado de mar de Tiberíades, mas esse nome não era comum na época de Jesus. Ficou comum mais tarde e reforça a ideia de que João foi escrito mais tarde. João é o único dos 4 evangelistas que usa esse nome para referir a este mar.

A multidão seguia Jesus não motivada pela fé, mas pela curiosidade em relação aos Milagres que ele havia realizado. Neste trecho estes sinais são especificados como curas e levavam as pessoas a procurar Jesus.

O MONTE é, provavelmente a região das Colinas do Golã, uma vez que Jesus tinha atravessado o lado leste do Lago.

João é o único dos 4 evangelistas que especificam o nome de Felipe. Como ele era de Betsaida, era natural que Jesus perguntasse para ele onde encontrar comida, mas a questão ia mais além. Jesus tinha por objetivo provar a fé do discípulo. O verso 6 mostra a intenção de Jesus, e João acrescenta esse comentário para deixar claro que Jesus sabia o que estava fazendo.

A resposta de Felipe é algo como “a situação é desesperadora, não há nada a fazer.”

João também é o único a citar o nome de André e a resposta dele é um pouco melhor do que a de Felipe. Algo como” verei o que posso fazer, e confio que Jesus fará o resto.” Foi André quem levou o garoto a Jesus. O garoto tinha pouco a oferecer (os pães de cevada eram comidos pelos pobres), mas o que tinha entregou a Jesus.

Na época, era costume contar apenas os homens se eram 5000 homens, a multidão deveria ser algo entre 10 e 20 mil pessoas, contando mulheres e crianças.

Todos os evangelhos relatam que Jesus deu graças. O verbo usado por João aqui é o mesmo que os sinóticos usam na narrativa da ceia do senhor, o que é interessante, posto que João não relata a última ceia em seu livro.

 FICARAM SATISFEITOS é a expressão usada por João para mostrar que foi uma refeição completa e não um ato simbólico ou só sacramental, como pensaram alguns estudiosos.

RECOLHER AS SOBRAS. Era costume na época, durante as festas, que as pessoas deixassem um pouco da refeição para os servos. Assim, pode ser que os 12 cestos de sobra mostrem que as pessoas deixaram alimento para aqueles que o serviam. Outros estudiosos pensaram que os 12 cestos poderiam representar provisão para as 12 tribos de Israel, mas parece mais lógico e em harmonia com o contexto vê-los como uma prova da graça abundante de Deus. Quando Jesus pede para os discípulos recolherem o que sobrou. O seu objetivo era ensinar que nenhuma parte das bênçãos divinas deve ser desprezada ou descartada.

Quando viram o sinal, relacionaram Jesus ao profeta. Isso revela a expectativa do povo a respeito da vinda do Salvador. Mas eles queriam um Messias terreno e político que suprisse as suas necessidades e não compreenderam a verdadeira missão do Messias.

JESUS ANDA SOBRE AS ÁGUAS.

Esse é o quinto milagre narrado em João, que parece tê-lo escrito com intenção de demonstrar a dependência dos discípulos em relação a Jesus. Da mesma forma como a multiplicação dos pães está, de certa forma, correlacionada ao maná no deserto, Jesus andar sobre as águas também está, de certa maneira, relacionado a abertura do Mar Vermelho.

20 a 30 estádios, um estádio tem aproximadamente 178 m ou 400 côvados. Assim, 20 a 30 estádios é algo entre 3500 e 5340 m.

Andar sobre as águas não foi um ato frívolo de Jesus, mas uma lição dramática sobre sua verdadeira identidade como senhor soberano de toda a criação. Alguns comentaristas acreditam que Jesus estava andando na margem, mas não há razão para não crer nesse milagre e procurar explicações lógicas. (ver Mateus 14. 22 a 31).

As palavras ‘sou eu’, devem ser revestidas da mesma referência dos ‘Eu Sou’ a mensagem aqui é que o medo é banido na presença de Jesus.

Alguns teólogos acham que essa frase pode indicar outro milagre que o barco tenha chegado ao seu destino instantaneamente.



JESUS, O PÃO DA VIDA.

O tema chave é o versículo 35, o primeiro dos ‘Eu Sou’, das 7 declarações enfáticas. Essa analogia reforça o tema de Jesus como Messias, filho de Deus. O discurso de Jesus sobre sua pessoa reflete exatamente quem ele é.

Versos 22 e 23 - As multidões que presenciaram as curas e alimentação da multidão ainda estavam no mesmo lugar daquele milagre. Outros barcos de pessoas que tinham ouvido falar sobre Jesus de Tiberíades também foram ao seu encontro. Ao enfatizar que a multidão comeu após Jesus dar graças, João mostra que esse milagre foi resultado da oração de Jesus, obra do Pai por sua intercessão.

Versos 25 a 26 -O povo estava perplexo sobre como Jesus tinha chegado do outro lado do Lago, e sua pergunta mostra como seu pensamento era na dimensão humana. Jesus responde, na realidade, ele não responde à pergunta, mas dá uma resposta mostrando que sabia que eles estavam motivados por desejos humanos superficiais por comida e não tinham entendido e não percebiam o significado dos sinais. Da mesma maneira, hoje, muitos buscam apenas os Milagres que satisfaçam os seus anseios, mas não estão à procura de uma cura interior ou de transformação de caráter.

Jesus repreende a multidão pelas noções puramente materiais do Reino, mostrando que não se pode descuidar do alimento espiritual, que tem relevância na eternidade. Jesus tem que lembrá-los de que a vida eterna é um dom, e o selo é a marca da autenticidade divina.

O verso 28 sugere de forma Clara que eles pensavam em termos de trabalhar para alcançar mérito, mas Jesus, de imediato, lembrou-lhes da necessidade da fé e não de obras. A única obra necessária é crer no filho de Deus.

A pergunta do verso 30 mostra a cegueira espiritual da multidão e a sua curiosidade superficial e egoísta.

Verso 31. Parece que para a multidão, a alimentação milagrosa de milhares era pouco em relação ao maná. Queriam ou exigiam que Jesus superasse Moisés. Ver Salmo 78.24.

Era temporário e perecível, uma sombra do que lhes oferecia o verdadeiro pão que dá vida espiritual e eterna, a humanidade. Mais uma vez, a multidão demonstra sua cegueira, pensando apenas no pão físico, no alimento. Essa cegueira, essa falta de entendimento das pessoas, leva Jesus a falar claramente quem Ele é, E o verso 35 traz o primeiro, Eu Sou. 

Alguns criticam por dizerem que Jesus nunca se referiu a si mesmo dizendo, eu sou Deus. Mas todas as vezes que Jesus usa a expressão “Eu Sou”, a mesma que Deus usou quando falou com Moisés na sarça ardente, é como se ele estivesse dizendo “Eu sou Deus”, pois assim era compreendida pelos receptores da mensagem e esse é um dos fatos que desagradavam as autoridades religiosas. 

Versos 36-37 - a vontade soberana de Deus na seleção daqueles que irão a ele pela salvação, a soberania de Deus é a base da confiança de Jesus no êxito de sua missão. Contudo, a expressão todo aquele traz certa ênfase a resposta individual.

Versos 39- 40 referências ao último dia mostram que Jesus se referia ao final dos tempos, quando tudo será consumado. O verso 40 enfatiza a responsabilidade humana na salvação. Embora Deus seja soberano, ele opera através da fé, razão pela qual o homem deve crer em Jesus como Messias e o único caminho para a salvação. Todavia, até mesmo a fé é um dom de Deus, humanamente falando, é impossível harmonizar de forma intelectual. A soberania de Deus e a responsabilidade do homem. Mas esta Harmonia está perfeitamente determinada na mente infinita de Deus.

Move no coração humano para despertar o desejo de aproximarmos nos dele e opera no coração do homem para tirar A Rebelião e o orgulho que nos impediriam de chegar a essa grande submissão. (Barclay, 1973.)

APLICAÇÃO.

O pão sustenta a vida. Jesus é o pão da vida. Vida é algo superior. A mera existência é uma nova relação com Deus. A verdadeira vida. Esta nova relação com Deus de confiança, intimidade, obediência e amor que só é possível através de Jesus. É Jesus quem nos dá essa vida.

A pessoa faminta e sedenta que vem a Jesus tem sua forma insatisfeita e sua sede saciada. Isso não significa que não haja necessidade de contínua dependência dele, de contínua alimentação por parte dele. Significa que não há mais aquele vazio íntimo que havia na ocasião do encontro inicial com Jesus.

A REAÇÃO DAS PESSOAS AO ENSINO SOBRE O PÃO DA VIDA. VERSOS 41-50

A multidão começa a murmurar, e Jesus os repreendeu, Jesus reitera a sua mensagem, mostra que eles precisavam de uma revelação espiritual para que pudessem crer, apontando para a necessidade do pai tomar iniciativa e reforça a necessidade da fé para a Salvação.  O verso 45 é uma referência à Isaias 54:13. 

O PÃO E A CARNE.

A seguir Jesus retoma o tema do Pão da vida até o verso 59. Jesus fala claramente que ele é o pão vivo que desce do céu e mostra que o pão é a sua carne, referindo-se ao seu sacrifício vicário na Cruz. Ele não se refere à ceia aqui, e sabemos disso por 2 motivos. Primeiro, porque a ceia ainda não havia sido instituída e segundo porque, caso fosse uma referência a ceia, isso implicaria que qualquer um que recebesse a ceia seria salvo.

Jesus, propõe uma analogia: assim como comer e beber é necessário para a vida física crer em Seu sacrifício de morte na Cruz é necessário para a vida eterna.

A REAÇÃO DOS DISCÍPULOS AO SERMÃO.

Os versículos de 60 a 71 registram a reação dos discípulos ao sermão sobre o pão. A resposta de muitos dos discípulos foi de incredulidade e rejeição a ele Jesus sabia desde o princípio quem era fiel e quem não conhecia o coração deles e sabia que faltava fé a alguns deles, que o abandonaram. 

A reação dos 12 foi diferente. A declaração de Pedro é uma profunda declaração de fé no verso 68. No verso 69, as palavras de Pedro foram algo pretensiosas, à medida que ele sugeria que de alguma forma, eles teriam um conhecimento superior ao dos outros. Por isso, Jesus o lembra, não fui eu que os escolhi. Jesus não permite a pretensão humana de forma alguma.

A palavra diabo significa ‘caluniado ou ‘falso acusador’. Jesus conhecia a fonte e a identificou com precisão. Isso define com clareza o caráter de Judas, não como um homem bem-intencionado, mas equivocado, tentando forçar Jesus a exercer seu poder e estabelecer o Reino, mas como uma ferramenta de Satanás cometendo uma maldade absoluta.”

 

 

 

 

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Evangelho de João - Capítulo 5

EVANGELHO DE JOÃO – CAPÍTULO 5 

A história da cura do paralítico, no tanque de Bethesda, destaca o começo da hostilidade aberta em relação a Jesus em Jerusalém.

Bethesda. Beth hesda- casa de misericórdia.
         Beth esdatayin – casa de derramamento. (citada nos documentos de Cunrã)
O local já é bem determinado pela arqueologia.

A movimentação da água pelo anjo era uma crença popular. O final do verso 3 e o verso 4. São excluídos de algumas traduções, pois a crítica textual encontrou evidência de que não faziam parte do texto original, tendo sido acrescentados depois. Tal fato é evidenciado pelo uso de palavras e expressões desconhecidas nos escritos de João. 
A agitação da água provavelmente se daria por um fenômeno natural de nascente intermitente, muito comum na região.
João destaca o tempo de 38 anos que o paralítico estava doente. Para enfatizar que a doença dele era bem conhecida e testemunhada por muitos, provando a autenticidade daquela cura.
QUERES SER CURADO? A pergunta visava tirar o homem de sua apatia, mas ele nem respondeu, justifica sua infelicidade, pois pensava em termos da magia. Acreditava que a cura viria pela água.
O poder de Deus não prescinde do esforço do homem. Devemos tomar consciência do nosso desamparo. O milagre acontece quando a nossa vontade e o poder de Deus cooperamos para fazê-lo possível.
Muitas vezes pensamos que estamos sozinhos, que temos que vivenciar a miséria que nos afeta sozinhos, mas Jesus vem ao nosso encontro.
O homem paralisado, deitado, sem poder andar, nos lembra o estado do homem no sentido espiritual. Espiritualmente, o homem é incapaz de fazer algo. O homem sem Cristo está morto nos seus delitos e pecados.
Curiosamente, nem todos desejam a cura, alguns se acostumarão, tanto se apegaram tanto ao seu estado de miséria que não tem vontade de serem curados.  Muitos até não querem assumir a responsabilidade sobre a vida.
HOJE É SÁBADO, NÃO É PERMITIDO... A lei diz que não é permitido trabalhar no sábado, mas não determina qual o trabalho não pode ser feito. Parece pressuposto que trabalho seria o trabalho habitual de alguém, reforçando o princípio sabático de descanso de Genesis. A tradição oral e, posteriormente, a tradição escrita nas Mishnas. Elencava 39 atividades que não poderiam ser feitas no sábado. Isso mostra como esse judaísmo tardio do primeiro século era repleto de regras humanas, tradições e hipocrisia. Era permitido carregar uma marca com uma pessoa em cima, mas não era permitido carregar uma maca vazia.
A discussão com os judeus mostra como esses se preocupavam mais com regras e detalhes do que com o que realmente importa. O próprio homem paralítico recebeu o milagre, mas não conhecia Jesus.



NÃO VOLTE A PECAR PARA QUE ALGO PIOR NÃO LHE ACONTEÇA. Indica que o pecado tem consequências inevitáveis, que são muito mais sérias do que qualquer enfermidade física. A escritura deixa bem claro que nem toda doença é consequência do pecado. Ver João 9.3.

COMEÇARAM A PERSEGUIR. O tempo verbal significa que repetidas vezes os judeus perseguiram Jesus. Esse incidente resulta em uma longa exposição de Jesus sobre quem ele é sua missão e marca o início de um período em que o Deus encarnado experimenta a oposição dos religiosos, que duraria cerca de 2 anos. E vai no Evangelho de João, de 5,1, a João 10.39.
No verso 17, Jesus parece mostrar que a cura é um ato Divino, não estando sujeito às regras humanas. Deus descansou da criação, mas suas obras supremas o juízo, a misericórdia, a compaixão e o amor não cessarão. O amor, a misericórdia e a compaixão de Deus agem até no dia de sábado e as minhas também parece ser o que Jesus está querendo dizer.
Lendo os versos a seguir, do 19 ao 47, entendemos por que Jesus confrontou a hipocrisia religiosa dos judeus: Para revelar quem ele era. 
Neste livro, João usa judeus quase sempre se referindo às autoridades religiosas.
Jesus se apresenta como filho de Deus, se iguala ao pai, mostra seu relacionamento pessoal com ele. Estabelece sua identidade com Deus, baseada na dependência total, no amor e na obediência por amor e mostra sua confiança absoluta nos planos e no poder do pai. Jesus é o doador da vida, é ele quem traz o juízo e ele compreende o ser humano, pois é 100% homem e 100% Deus. Ver Deuteronômio 32.39 e 1.17. Ao atribuir a si mesmo essas características que, para os judeus do primeiro século, eram conhecidas como características exclusivas de Deus, Jesus está mostrando a si mesmo como Deus.
 QUEM CRÊ NAS PALAVRAS DE JESUS Crê que Deus é amor, crê na salvação pela graça. Aceita o modo de vida que Jesus oferece, e procura através da ação do Espírito Santo a transformação espiritual. Quando cremos em Jesus, entramos numa nova relação com Deus em uma nova relação com os homens e em uma nova relação conosco. 
FILHO DO HOMEM. Para entender essa expressão É preciso lembrar de Daniel, capítulo 7, versículos um a 15. Nessa passagem? Daniel fala das bestas representando os impérios babilônico, medo persa e macedônico. Depois, o poder é dado a um ser chamado de filho do homem. Que vem com um novo poder, que que será humano e amável, e não bestial. Para os judeus, esse título passa a representar o escolhido de Deus, que um dia traria a Nova Era de generosidade, amor e paz. Assim, para eles, o título de filho do homem é atribuído ao Messias.
Perceba que para compreendermos a totalidade das mensagens do novo testamento, é preciso um entendimento e conhecimento do primeiro testamento, pois somente assim poderemos compreender como os ouvintes originais da mensagem a teriam recebido.

O pano de fundo para os versículos 32 a 47 são as passagens de Deuteronômio 17.6 e 19.15, que versam sobre os testemunhos válidos. 
Jesus cita 4 testemunhos a respeito dele mesmo. O testemunho de João Batista, o testemunho das suas obras, o testemunho do Pai e o testemunho das escrituras.

Por fim, Jesus crítica os estudiosos, pois mesmo com tanto empenho em estudar as escrituras. Fracassarão na compreensão do caminho para a vida eterna através do filho de Deus.

EVANGELHO DE JOÃO, CAPÍTULO 9.

EVANGELHO DE JOÃO, CAPÍTULO 9.   A CURA DE UM CEGO DE NASCENÇA, O SEXTO SINAL. Em João 8.12 e em 9.5 Jesus se declarou como a luz do mundo. ...